"Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira".
(Che Guevara)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O uso da Maconha está ligado a evolução do Homem


Neste final de semana, a “Marcha da Maconha” tomou as ruas do Brasil com o tema ‘Basta de guerra - por outra política de drogas’.  A Marcha ocorreu em São Paulo, Curitiba, Manaus, Salvador, Aracaju, Recife e Natal, levando milhares de usuários e simpatizantes aos holofotes da mídia. Anteriormente, o evento já tinha acontecido em cidades como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Niterói, Fortaleza, entre outras cidades.

Não que eles sejam a favor a liberação. Esse termo é errôneo, segundo especialistas. O correto seria debater a regulamentação, a legalização da erva, já que, com isso, o governo teria total controle e deixaria os traficantes à mercê dos viciados mais corajosos – aqueles que, ainda com a maconha legalizada, comprariam nas bocas-de-fumo, que seria uma pequena parcela, em consideração ao que se acontece hoje, quando o tráfico tem total domínio sobre a produção e distribuição da maconha.

O intuito dessas marchas e passeatas é o seguinte: a guerra contra o tráfico fracassou. Um exemplo disso é a ‘War on Drugs’ (em tradução livre, guerra contra as drogas) dos EUA, que desde 1971 declarou que nenhum ilícito poderia ser consumido naquele país.

Não deu certo, pois 40 anos mais tarde, os efeitos da violência são piores do que os da droga. Para muito teóricos é hora de paz, finalmente, já que nesse tempo todo, nunca se conseguiu diminuir a demanda e a oferta.

Caminhando junto

A História da Humanidade se confunde com o percurso das drogas ao longo dos séculos.
Desde que o homem se entende por gente, tenta de alguma forma ‘fugir’ da realidade, seja consumindo álcool ou alguma outra substância psicotrópica.

Guerras foram deflagradas por reis bêbados e muros derrubados com o ácido no sangue, o tão popular LCD no final dos anos 1960.

Mas o que propõe o documentário ‘estrelando’ o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o aclamado 
“Quebrando o Tabu”, lançado no ano passado, não é precisamente que todos tenham o direito a consumir drogas.

O que aborda o longa-metragem é justamente a guerra falida contra o tráfico. Foi feito de tudo um pouco – repressão e policiamento ostensivo, apreendendo inclusive apenas consumidores de entorpecentes – e nada tem realmente surtido efeito.

E por trás do narcotráfico, o que existe? Necessariamente, o crime organizado e a corrupção.
Um exemplo disso foi a Lei Seca dos EUA, nos anos 1920, com o gangster Al Capone comandando mais e mais casas de jogos de azar, prostíbulos e a venda proibida de álcool. Nenhuma medida de fato funcionou e o tráfico só acendeu a discussão de que quando o consumidor quer, ele tem – legal ou ilegalmente.

Fernando Henrique Cardoso, que também é sociólogo e está à beira de seus 81 anos, afirma que agora é necessária a regulamentação da maconha, que tem, segundo estudos médicos, menos risco de vício, sendo também menos prejudicial que o álcool para o corpo.

“Há um mito de que quem fuma maconha vai passar para drogas mais pesadas. Isso acontece porque o usuário vai até a boca-de-fumo e o mesmo traficante que vende a erva é aquele que oferece a cocaína e o crack, por exemplo. A maconha deveria ser regulada, como o álcool e o cigarro”, diz o ex-presidente, o qual afirmou que nunca pôs uma seda na boca.

Benefícios

A cannabis sativa, nome científico da erva que é consumida desde o século III a.C., tem seus benefícios. Conforme estudos – ela inclusive é usada para fins medicinais –, a maconha ajuda quem tem esclerose mútipla, câimbra, espasmos dolorosos e tiques nervosos.

E ainda aumenta o apetite e o bem-estar de quem tem qualquer tipo de câncer. Em 16 estados dos EUA, o uso medicinal dessa “droga” já foi legalizada.
Pacientes

O intuito-mor da regulamentação da maconha é tratar quem é consumidor como paciente e não como um criminoso. Isso já pode ser constatado em pelo menos 14 países da Europa – por lá, Portugal, Espanha e República Tcheca, por exemplo, já descriminalizaram a posse da maconha para uso pessoal.
Por aqui, passos importantes foram dados, bem como no caso da Argentina e do México.
Cerca de 50% de jovens universitários já consumiram drogas

Uma pesquisa feita em 2010 apontou que quase a metade dos universitários do Brasil já teve acesso a drogas. Os dados de que 48,7% deles já usaram algum ilícito são do 1º Levantamento Nacional sobre o 

Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras, divulgados pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Segundo o estudo, quando entram na universidade, os jovens estão mais vulneráveis e suscetíveis a 'novas experiências'. A pressão grupo ou mesmo a autonomia conquistada pelos jovens abre brechas e os deixam mais suscetíveis ao uso da droga.

O levantamento, feito com mais de 18 mil universitários de mais de 100 instituições de ensino, ainda revelou que o consumo de álcool e drogas é mais frequente nos universitários do que na população em geral – entre as drogas mais 'provadas' por eles estão a maconha, a cocaína, as anfetaminas, os opiáceos e o êxtase.

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