"Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira".
(Che Guevara)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Pesquisa afirma que o ar de algumas regiões da Itália são repletos de substâncias como Maconha e cocaína


Um grupo de cientistas do Centro de Estudo da Poluição Atmosférica, de Roma, chegou a uma conclusão sensacional – o ar das grandes cidades italianas contém não somente gás carbônico e partículas sólidas mas também vestígios de substâncias narcóticas – cocaína e maconha. A correspondente da Voz da Rússia Marina Tantuchian pediu ao professor Ângelo Cecinato, dirigente do grupo de pesquisadores, que revele os pormenores do estudo.

Professor Cencinato, por que razão resolveu levar a cabo uma pesquisa tão fora do comum?

Não tinha em vista a busca especial de drogas na atmosfera. Mas, ao estudar a poluição do meio ambiente em diversas cidades, em particular, em Roma, descobri pela primeira vez no ar vestígios de cocaína. A curiosidade fez que aprofundasse neste problema mediante a ampliação da geografia e desenvolvimento de instrumentos analíticos a fim de continuar a revelar na atmosfera de diversos países do mundo não somente vestígios de cocaína, mas também de cannabinoides, de nicotina e de cafeína.

A nossa análise foi efetuada em condições normais de laboratório. A primeira fase incluía a recolha de partículas de poeira atmosférica, a segunda, a realização da análise química com ajuda de um conjunto simples de tecnologias e instrumentos que se utilizam praticamente em todos os laboratórios do mundo especializados em semelhantes pesquisas na esfera de poluição do meio ambiente.

Quais os fatores que determinam a concentração de substâncias narcóticas na atmosfera?

Estou certo de que o fator principal e determinante é o consumo de drogas, - tanto as proibidas como as legais. A resposta é uma só – o volume de drogas no ar que nós respiramos depende diretamente do consumo destas substâncias e da densidade da população que vive num certo território. Na Itália temos feito as análises em diversas cidades. Constatamos que a concentração mais alta de substâncias narcóticas se verifica nas regiões que têm fama de maiores consumidores de drogas. Quanto à Itália, o norte mais abastado lidera neste plano. No entanto, a concentração de drogas é muito alta também em Roma e em Nápoles. Quanto a outros países do mundo, posso afirmar a partir da base de dados à minha disposição, - embora não tivesse estudado todos os países do mundo, - que a América Latina, por exemplo, ultrapassa a Itália quanto ao teor destas substâncias na atmosfera. Na Espanha a situação é análoga à nossa.

Que influência exerce a existência destas substâncias no ar sobre a saúde humana?

Não fiz pesquisas especiais neste setor. Normalmente, a concentração destas substâncias não é bastante grande a ponto de causar lesões sensíveis mas seria também incorreto negar a existência de um efeito negativo. Por exemplo, até hoje ninguém estudou a concentração de nicotina no ar, embora o seu teor exerça, certamente, um certo efeito tóxico. Além do aspeto sanitário do problema, creio que o maior benefício que o nosso trabalho pode produzir é revelar as regiões com mais alto nível de abuso de drogas.

O professor Cecinato ressaltou à parte a disposição de colaborar com colegas dos outros países, incluindo a Rússia. Espera que a sua ajuda lhe permita estudar a situação também na Ásia e na América Latina, que estão, por enquanto, fora da esfera das suas pesquisas.

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